sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

DIFICULDADE PARA ACHAR UMA ROUPA, TEM SOLUÇÃO? PARTE II



Dando continuidade ao assunto do primeiro post, passo agora a abordar o atendimento que as vendedoras de algumas lojas nos dispensam. Noto muitas mudanças nesses anos todos.

Eu já fui vendedora e sei muito bem o que é sofrer a pressão da empresa nas suas costas para vender seus produtos custe o que custar. É um trabalho exaustivo mas que nos dava algum prazer. Pelo menos antigamente. Hoje não consigo mais sequer associar o perfil da vendedora à loja em que ela trabalha. Sou cliente de uma loja bem conhecida no mercado brasileiro há trinta e três anos. É, sou cliente fiel desde meus quinze anos. Acompanhei todas as mudanças ocorridas nessa loja durante todos esses anos.

Se essa loja sabe que eu existo? Bem, tirando os e-mails programados que recebo, penso que não. Essa empresa não sabe quem sou, ou melhor, quem é sua cliente. Para se ter uma ideia do que digo, todas as vendedoras que me atenderam no decorrer desses anos foram promovidas à gerente, chegando uma delas a supervisora na empresa. Sabem por que? Por uma combinação de fatores muito simples: Bom atendimento por parte das vendedoras, qualidade do produto e conceito que a marca tinha. As vendedoras não pareciam sombras te perseguindo pela loja, te deixavam à vontade, apenas apresentando seus produtos. Com o tempo elas já sabiam que peças mais me agradavam, faziam uma espécie de estudo do meu perfil, antes da coleção ser lançada no mercado recebia uma ligação, inclusive em épocas de liquidação e eram capazes de atender duas ou três consumidoras ao mesmo tempo sem se perderem. Parecia que elas valorizavam a marca que estavam vendendo e almejavam ascenção na empresa. Elas de fato pareciam conhecer aquilo que vendiam.

A empresa mudou várias vezes de perfil no decorrer dos anos, comprou outras empresas, mas a verdade é que hoje ela perdeu sua identidade, suas vendedoras estão na empresa pensando em seu próximo emprego (fora da empresa), e a cliente passou a ser um mero detalhe.  Seus produtos já não atendem mais as minhas expectativas. Mau atendimento aliado a preços surreais só podem ter um objetivo; afugentar o cliente.

Quando você entra numa dessas lojas sempre se depara com alguma vendedora de cara feia te olhando como quem diz: " vai comprar ou não?" A maioria das vendedoras fica junta atrás do balcão ao invés de estar ao redor da loja pronta para atender o cliente. Se você veste uma roupa e no fundo você sente que ela não ficou tão bem em você, a vendedora imediatamente diz que você está maravilhosa por mais que você suscite possíveis dúvidas.

E para ilustrar um desses comportamentos, passei pelo dissabor de entrar numa dessas lojas, perguntar o preço de um vestido e meu marido, que estava do lado de fora, percebeu que uma vendedora atrás do balcão estava rindo de mim e balançando a cabeça de forma negativa. Juro que até hoje não entendi tal reação de quem deveria cativar o cliente.

Devido a esse fato e a tantos outros acima narrados, resolvi investir meu dinheiro em outra loja aonde sinto que sou bem vinda. Acho que o problema está relacionado a falta de um bom gerenciamento de marketing nessa empresa.

Beijos.

5 comentários:

  1. As empresas se perderam. Se não tiver as "medidas certas" você não é cliente. Por isso vemos pessoas usando roupas fora do padrão físico que possuem. As lojas "plus size" não tem estilo, corte e estética; as lojas "normais" tem tudo isso, menos o tamanho apropriado para estas clientes.

    Estou avaliando os dois extremos do espectro estético: as magrinhas e as acima do peso.

    O maior desafio da indústria brasileira da moda é isso: pensar em moda e não pensar só em exportar modelos.

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  2. Raras são as empresas que investem na formação dos funcionários. Pena!

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  3. Vocês têm razão. As empresas não querem investir. Na verdade elas consideram um gasto desnecessário ao invés de levar em conta que isso é um investimento. Quem sai perdendo? Nós como consumidores e eles que perdem o cliente. Num próximo post estarei avaliando esse mercado tão excludente da moda. Ou porque só quem é magra ou gostosinha ainda tem o seu lugar. O resto... bem, o resto sofre para achar uma roupa que lhe agrade. Mas não percam a esperança: novas modelos estão surgindo no mercado. Aliás, elas já existem. Mil bjs e muito obrigada pela colaboração. Continuem participando.

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  4. Por isso não compro mais nada aqui! Já fui vigiada e considerada ladra em potencial por um vigia daquela filial das Lojas Americanas no Centro, na Uruguiana. Eu ouvi o imbecil fazer um comentário sobre algo que havia dito à colega de faculdade que me acompanhava em tal ocasião. Nunca mais comprei ali! De outras vez, já servidora federal, fui comprar na Victor Hugo da Rio Branco e por estar em jeans & camiseta, a vendedora me esnobou. Eu queria um plástico para minha carteira da marca deles, e como a mulher foi babaca comigo, paguei os 11 reais do referido artigo com meu Amex Platinum. Tarde demais!!! Quando ela se deu conta, eu lhe disse que não estava interessada em nada além do plástico e que ficaria para outra ocasião. Essa ocasião não virá jamais!
    No exterior, com o mesmo traje, o tratamento sempre foi muito melhor, e é lá que meu dinheiro passou a ficar desde então!

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  5. Alba, o dia em que as empresas perceberem o poder que o cliente tem nas mãos... Infelizmente o que você passou nessas duas lojas todos nós clientes já passamos em algum momento de nossas compras. Não dá para esquecer. Por isso reforço que a melhor resposta do cliente é boicotar a empresa em que ele foi mal atendido de qualquer maneira. Ainda não há essa cultura, essa prática aqui no Brasil. Está aos poucos começando a surgir mas tem que ser mais forte. Não foi bem atendido, bem recebido, respeitado? Não compre, não apareça nunca mais nessa empresa. Fale para os amigos o que aconteceu, faça uma propaganda negativa desse lugar. Por mais que você goste de algo dessa empresa não compre em hipótese alguma. Um dia ela vai perceber que o patrão na verdade é o cliente.

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